ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 18-12-2008.

 


Aos dezoito dias do mês de dezembro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Professor Garcia e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Sofia Cavedon, Valdir Caetano. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Nonagésima Nona Sessão Ordinária e da Quadragésima Oitava, Quadragésima Nona e Qüinquagésima Sessões Solenes. A seguir, o Senhor Presidente pronunciou-se acerca das Audiências Públicas promovidas por este Legislativo, solicitando uma presença mais efetiva de representantes do Governo Municipal nessas reuniões, tendo se manifestado a respeito os Vereadores Guilherme Barbosa e Carlos Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo comentou polêmicas surgidas na imprensa este ano, relativas à aquisição de imóvel pela Governadora Yeda Crusius, declarando que esse fato foi explorado politicamente por grupos de oposição ao Governo Estadual, sendo inclusive objeto de inquérito por parte do Ministério Público. Sobre o assunto, registrou que as investigações efetuadas comprovaram a legalidade do processo de compra do referido imóvel. O Vereador João Antonio Dib afirmou que o Congresso Nacional não está analisando assuntos de relevância para o País, exemplificando com a falta de regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, referente a índices de investimentos do Governo Federal na área da saúde. Ainda, repudiou a aprovação, ontem, pelo Senado Federal, da Proposta de Emenda Constitucional nº 020/08, que amplia o número de Vereadores na composição das Câmaras Municipais brasileiras. Após, foram apregoadas as seguintes Emendas: de nº 01, de autoria dos Vereadores Carlos Comassetto, Líder da Bancada do PT, e Luiz Braz, Líder da Bancada do PSDB, e da Vereadora Margarete Moraes, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/08 (Processo nº 3287/08); de nos 02 e 03, de autoria do Vereador Carlos Comassetto, Líder da Bancada do PT, e da Vereadora Margarete Moraes, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/08; de nº 01, de autoria do Vereador Carlos Comassetto, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 016/08 (Processo nº 6187/08); de nº 08, de autoria do Vereador Carlos Comassetto, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 019/08 (Processo nº 6703/08); de nº 09, de autoria do Vereador Professor Garcia, Líder do Governo, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 019/08; de nº 10, de autoria dos Vereadores Carlos Comassetto e Adeli Sell, respectivamente Líder e Vice-Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 019/08; de nº 11, de autoria do Vereador Adeli Sell, Vice-Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 019/08; de nº 02, de autoria dos Vereadores João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP, Maristela Maffei, Líder da Bancada do PCdoB, Luiz Braz, Líder da Bancada do PSDB, Claudio Sebenelo e Sofia Cavedon, ao Projeto de Resolução nº 058/08 (Processo nº 6845/08); de nº 03, de autoria do Vereador Carlos Comassetto, Líder da Bancada do PT, e da Vereadora Sofia Cavedon, ao Projeto de Resolução nº 058/08. Na oportunidade, o Senhor 1º Secretário informou que as Emendas nos 02 e 03, apostas ao Projeto de Resolução nº 058/08, seriam arquivadas, nos termos do artigo 19, inciso II, alínea “j”, do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes manifestou-se acerca do transcurso, no dia vinte e dois de dezembro do corrente, dos vinte anos do assassinato de Chico Mendes, afirmando que esse sindicalista dedicou sua vida à defesa da floresta e dos índios e trabalhadores que vivem na Amazônia. Nesse sentido, frisando a importância da preservação do meio ambiente, analisou os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 017 e 018/08, em tramitação neste Legislativo. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do aniversário da Vereadora Maristela Maffei, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha, abordando a tramitação dos Projetos de Lei referentes à mudança do regime urbanístico para a construção dos estádios do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e Sport Club Internacional, indagou do porquê de alguns Vereadores e entidades organizadas não terem se manifestado contrariamente a essas proposições, uma vez que elas acarretariam impactos socioambientais semelhantes àqueles gerados pelo Projeto relativo ao Pontal do Estaleiro. A Vereadora Maristela Maffei pronunciou-se a respeito de sua atuação neste Legislativo, justificando que sempre procurou ter coerência nos seus atos e opiniões e que não carrega nenhum rancor ao deixar a Câmara Municipal de Porto Alegre para atuar em outra esfera da administração pública. Também, esclareceu que votará favoravelmente aos Projetos de Lei relativos ao Grêmio e ao Internacional e que espera ver aprovado no Congresso Nacional a Reforma Política para o País. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, a Vereadora Sofia Cavedon defendeu que o Veto aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, que altera o regime urbanístico do Pontal do Estaleiro, seja apreciado juntamente com os Projetos de Lei que tratam de empreendimentos do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e do Sport Club Internacional. Ainda, sugeriu a realização de reuniões para esclarecimento dos Senhores Vereadores sobre essas proposições. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Neuza Canabarro propugnou pela manutenção do Veto Total aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, relativo ao Pontal do Estaleiro, sustentando que o encaminhamento dado pelo Executivo Municipal a essa proposição é condizente com a postura adotada por Sua Excelência quando da votação desse Projeto na Casa. Nesse sentido, questionou acerca da existência de notificações aos proprietários daquela área para que ela fosse cercada. A seguir, o Senhor Presidente informou que será realizada Sessão Extraordinária no dia de amanhã, às nove horas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza manifestou-se favoravelmente aos Projetos relativos ao Grêmio e ao Internacional, alegando ser uma questão de coerência a posição de Sua Excelência, uma vez que votou pela aprovação do Projeto que propunha mudanças na urbanização da área do Pontal do Estaleiro. Sobre o assunto, replicou ilações feitas por jornalistas, de que teria havido favorecimento financeiro a alguns Vereadores para aprovação desta última matéria. Em continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dez horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às doze horas e vinte e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Às doze horas e vinte e seis minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para Sessão Ordinária de hoje, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Sebastião Melo e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão.

Antes de começarmos a Sessão permitam-me fazer um registro. Esta Casa tem produzido um conjunto de Audiências Públicas que considero de fundamental importância para a vida da Cidade e para a representação popular. Eu, juntamente com a Mesa, tenho acolhido todas essas solicitações, mas quero dizer, Ver. Garcia, V. Exª que é porta-voz do Governo, que o que me deixa profundamente chateado é ver que a maioria dos órgãos do Governo não vem às audiências públicas. Essa é uma situação que não pode continuar. A Presidência da Casa tem que ter o equilíbrio necessário para tratar dessas questões, e teremos; mas esta Casa tem autonomia necessária para conduzir estas questões. Quando se convoca uma audiência pública, se convoca porque é uma necessidade da Casa, porque alguém a peticionou. Então, apenas queria fazer esse registro, porque acabamos de abrir uma Audiência Pública em que se faz a chamada dos órgãos municipais, e a maioria não está presente. Isso é um desrespeito com a população de Porto Alegre.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Sebastião Melo, este ano tive a oportunidade e a honra de presidir a CEDECONDH, e quero dar o meu depoimento para reforçar a sua manifestação. Nas reuniões alguns órgãos estão sempre presentes, como é o caso do DMAE, da Procuradoria, da SMAM; agora, outros estão permanentemente ausentes, com destaque, nessa posição, o DEMHAB e a SMOV. O DEMHAB, de cada dez vezes que foi convidado, vem uma, e quando vem, o representante não sabe o que dizer. Acho que V. Exª se refere, agora, a uma situação da Vila Nazaré, em que tivemos, na 3ª feira, uma reunião sobre um problema de reassentamento, e o DEMHAB não veio. Quando o assessor de V. Exª, Daniel Kieling, comunicou que haveria uma audiência pública hoje pela manhã com a presença do DEMHAB, as pessoas duvidaram e disseram: “nós não acreditamos, mas iremos na 5ª feira”. Infelizmente aconteceu o que a comunidade desconfiava: o DEMHAB aparentemente não veio. Registro isso para reforçar a posição de V. Exª

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, quero cumprimentá-lo pela sua posição, cobrando aqui a presença dos órgãos públicos municipais. Tive o prazer, no ano passado, de presidir a CEDECONDH, e, da mesma forma que traz aqui o Ver. Guilherme Barbosa, o DEMHAB se fez ausente na grande maioria das reuniões e audiências públicas da Comissão. Nas que estiveram presentes, assumimos compromissos e acordos, e nenhum deles foi cumprido, inclusive da comunidade Nazaré, que aqui está, onde já foi feito um acordo no ano passado para a compra da área e assim por diante.

Portanto, eu gostaria que os membros desta Casa, que são base do Governo e que estão, neste momento, sendo cogitados para assumirem essas Secretarias, que saem aqui desta Casa com o compromisso de, no próximo ano, quando forem convidados para fazer concertos políticos, venham a esta Casa para que juntos possamos resolver os problemas que o Executivo sozinho não faz. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, solicito a presença dos Líderes junto à Presidência para que possamos combinar o ordenamento dos trabalhos. (Pausa.)

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, muitas vezes, e não é infreqüente, a vida pública, e essa exposição na grande praça política, comete algumas injustiças com pessoas que estão no “olho do furacão”, que estão dentro de um processo. Ver. João Antonio Dib, isso expõe, muitas vezes a privacidade, a intimidade das pessoas. Uma pessoa com 40 anos de trabalho tem direito, depois de uma profícua atividade especializada, de obter conquistas na sociedade capitalista, como, por exemplo, a compra da sua moradia. Pois, tornou-se uma polêmica extremamente explorada pelos partidos de oposição a compra de uma casa pela Governadora do Estado, Yeda Crusius, um ano antes das eleições. A aquisição da sua moradia foi contraditada e, minuciosamente, investigada, eis que todas as suspeitas foram levantadas, Dr. Goulart, com relação a essa aquisição, que foi absolutamente normal, adequada, tranqüila e com todas as justificativas econômico-financeiras de uma pessoa que há mais de 40 anos se dedica a cargos que são bem remunerados, tanto ela como as pessoas de sua família. Chegou ao ponto de isso ser investigado pelo Tribunal de Contas, pelo Ministério Público, pela Assembléia Legislativa - todos os órgãos levantando uma série de dados que, exaustivamente, foram investigados - e aí a questão política é fundamental -, fez com que este fato fosse explorado politicamente por, talvez, dois anos. Como diria o Ver. Zachia, a Governadora ficou sangrando uma culpa que nunca teve, prejudicando o seu trabalho, muitas vezes, com essas preocupações de ordem pessoal que mexem com o afeto das pessoas, com a honra e a dignidade. Pois agora houve, por parte do Tribunal de Contas, por parte do Ministério Público, e por parte da sociedade inteira, a declaração de inocência depois de todas as provas apresentadas - não foi por falta de argumentos -, pois todos os argumentos foram respondidos adequadamente. Aí então a pergunta que se faz, Vereador: quem vai juntar as penas desse travesseiro de penas que foi atirado ao vento impunemente? Quantas vezes os mesmos opositores, as mesmas pessoas repetiram aquilo que disse o Presidente do Ministério Público? Ele disse que há uma inocência completa da Governadora no caso, e, no entanto, ninguém reconheceu, nenhuma pessoa falou sobre este assunto. Aqui, por exemplo, na Casa, os Vereadores de oposição massacraram todos os dias, argumentando contra a honra da Governadora; e agora, quando disseram que ela é absolutamente inocente, por excesso de provas - não por falta de prova -, não houve uma frase de uma pessoa da oposição inocentando a Governadora, dizendo: “Nós nos precipitamos, as acusações não eram verdadeiras”. Sempre pairava essa sombra, mas hoje ninguém vai ter a grandeza política de dizer: “Não, a Governadora é inocente”. Pois, para meu orgulho e orgulho da sociedade gaúcha, quero comunicar a todos uma velha notícia já sabida de todos: A Governadora é inocente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Congresso Nacional mostrou ontem o quanto vale, ou seja, não vale nada! É danoso para o País; são Deputados demais; são Senadores demais! Como não tem o que fazer, faz coisas erradas e deixa as coisas certas para depois. Passamos de 36 para 37 Vereadores.

Eu aplaudiria o Congresso Nacional se passasse de 36 para 21; não, passamos para 37. Inédito, depois da eleição, com os dados que nós tínhamos, de 36 Vereadores, nós vamos ter 37. E a pressa foi tanta, que vai ser promulgada hoje a Emenda Constitucional aprovada ontem.

Esta Emenda Constitucional deveria ter acontecido há 20 anos, para definir, no Congresso Nacional, o número de Vereadores; aí o Supremo Tribunal Eleitoral tomou a providência e fez com que fosse diminuído o número de Vereadores. Mas o Congresso se reuniu, somou esforços - extraordinários esforços - para que nós passássemos de 36 para 37; outras Câmaras vão passar de nove para 15; de 15 para 21. São sete a oito mil Vereadores. Eles precisavam era diminuir o número de Deputados e Senadores.

Por outro lado, a Emenda Constitucional previa a diminuição dos gastos das Câmaras Municipais em percentual relativo à receita do Município.

Para nós não vai fazer diferença, nós nunca chegamos aos cinco por cento que são permitidos hoje; nós temos menos de três por cento do Orçamento, é o que nós realmente temos aprovado para o ano de 2009, pouco mais de dois e meio por cento. Então, nós até estaríamos enquadrados, se eles fizessem alterações nos valores para as Câmaras Municipais. Não, isso eles retiraram, porque não é o dinheiro deles, eles ganham muito fácil. Ontem, tremendas votações na Câmara Federal, discutiram, discutiram e eu fiquei olhando. Cerca de 300, dos 513 Deputados, estavam lá. Agora, passou-se o ano de 2008 e esse Congresso inócuo, inoperante, que cria problemas para o País, não regulamentou a Emenda 29 que daria condições de saúde para todos os brasileiros, fazendo com que o Governo Federal usasse 10% da sua receita para a Saúde. O Governo Federal usa 4% e, aí querem atribuir aos Estados e aos Municípios as deficiências que têm no atendimento da Saúde. E, às vezes, o Governo Federal já fez suplementação em cima das verbas da Saúde, que são só 4%. Passaram o ano inteiro, e eu sei, porque acompanho o Canal 18 muitas vezes em que posso, e numa das vezes que ia ser votado, resolveram votar depois das eleições, para não criar problemas. O ano se encerra segunda-feira para eles, e não foi votada a regulamentação da Emenda 29, da PEC 29, que faria com que os Municípios recebessem mais, aplicassem mais, que o Governo Federal aplicasse 10% e o Estado também aumentasse os níveis de aplicação. Portanto, este Congresso cada vez se desmoraliza, e a desmoralização dos congressos faz generalização, como ontem, eu ouvi dizendo que nós, aqui, Vereadores, não produzimos nada. É triste! Isso se deve a uma coisa que começa lá em cima: 40 Ministérios, 513 Deputados, 81 Senadores, sendo que um Estado tem 04, que é o Maranhão, e nós ficamos aqui a ver as coisas passarem de forma desagradável. A Saúde está cada vez pior, porque o Governo Federal não emprega 10% na Saúde, e os Deputados não votaram a Emenda que regulamentava os 10%. Portanto, ainda que não haja recursos para a Saúde, eu ainda digo Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito ao Ver. Ervino Besson que faça a leitura de várias Emendas que chegaram à Presidência.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Ervino Besson): Pois não, meu caro Presidente. (Lê.): “Emenda nº 09 ao Processo 6.703/08, PLCE nº 019/08: Altera as Leis Complementares nº 07 de 07/12/73, que institui e disciplina os tributos de competência do Município; 113, de 21 de dezembro de 1984, que institui a Taxa de Coleta de Lixo; 197, de 21 de março de 1989, que institui e disciplina o Imposto Sobre Transmissão Inter-Vivos, por ato oneroso de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos; 306, de 23 de dezembro de 1993, que institui hipótese de responsabilidade pelo pagamento de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN - e 534, de 28 de dezembro de 2005, que institui TART e dá outras providências. Líder do Governo, Professor Garcia”.

Emenda nº 01 ao Processo nº 3.287/08, PLCE nº 003/08. Cria a Agência Municipal de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Porto Alegre - Inovapoa, no âmbito da Administração Descentralizada do Executivo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

Ass. Ver. Luiz Braz, Líder do PSDB, Verª Margarete Moraes, do PT, e Ver. Carlos Comassetto, Líder do PT.

Emenda nº 11 ao Processo nº 6.703/08, PLCE nº 019/08. Revoga os art. 4º e 5º da Lei Complementar nº 584/07 e repõe o art. 20, § 1º, h, da Lei Complementar nº 07/73.

Ass. Vice-Líder do PT, Ver. Adeli Sell.

Emenda nº 02 ao Processo nº 3.287/08, PLCE nº 003/08. Cria a Agência Municipal de Inovação e Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Porto Alegre - Inovapoa - no âmbito da Administração Descentralizada do Executivo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e dá outras providências. Assina Ver. Margarete Moraes e o Ver. Carlos Comassetto, Líder do PT.

Processo nº 3.287/08, PLCE nº 003/08, Emenda nº 03. Cria a Agência Municipal de Inovação de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico de Porto Alegre, Inovapoa, no âmbito da Administração Descentralizada do Executivo e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e dá outras providências. Assina Ver. Margarete Moraes e Carlos Comassetto, Líder do PT.

Emenda nº 10 ao Processo nº 6.703/08, PLCE nº 019/08. Altera as Leis Complementares nº 07, de 7 de dezembro de 1973, que institui e disciplina dos tributos de competência municipal; 113, de 21 de dezembro de 1984, que institui a Taxa de Coleta de Lixo; 197, de 21 de março de 1989, que institui e disciplina o Imposto Sobre Transmissão Inter-Vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a elas relativos; 306, de 23 de dezembro de 1993, que institui hipótese de responsabilidade pelo pagamento de Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza ISSQN e 534, de 28 de dezembro de 2005, que institui o TART, e dá outras providências. Assina Ver. Carlos Comassetto, Líder do PT, e Ver. Adeli Sell.

Emenda nº 08, ao Proc. nº 6.703/08, PLCE nº 019/08, inclui o inciso X do art. 1º desta lei, renumerando as posteriores. Assina o Ver. Carlos Comassetto, Líder do PT.

Emenda nº 01, ao Proc. nº 6.187/08, PLCE nº 016/08. Cria a Subunidade 04 na Macrozona, MZ 07, Unidade de Estruturação Urbana, UEU 016, define o seu Regime Urbanístico e dá outras providências. Assina Ver. Carlos Comassetto, Líder do PT.

Emenda nº 02, ao Proc. nº 6.845/08, PR nº 058/08. Altera a Lei nº 5.811, de 08 de dezembro de 1986, e alterações posteriores, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre, e dá outras providências, extinguindo as funções gratificadas de Assessor Técnico Legislativo e Membro do Gabinete de Estudos Legislativos e o Cargo em Comissão de Coordenador da Assessoria de Relações Institucionais, criando o cargo em Comissão de Coordenador da Assessoria de Relações Públicas e as funções gratificadas de Assessor de Gabinete de Direção, Assessor Técnico da Presidência e Assessor em Revisão de Texto e alterando a descrição sintética e analítica das atribuições do cargo de Coordenador de Relações Públicas. (...) À Verª Sofia Cavedon. A presente Emenda encontra óbice intransponível à sua tramitação, eis que invade competência privativa da Mesa para a criação, transformação e extinção de cargos e funções, nos termos do art. 15, inc. I, alínea a, do Regimento. Neste sentido, determino o arquivamento da presente proposição, nos termos do art. 19, inc. II, alínea j, do Regimento. Em 18 de dezembro de 2008, Ver. Sebastião Melo.

Emenda nº 03 ao Proc. nº 6.845/2008, PR nº 058/08. Altera a Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, e alterações posteriores, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências, extinguindo as funções gratificadas de Assessor Técnico Legislativo e membro de Gabinete de Estudos Legislativos e o Cargo em Comissão de Coordenador da Assessoria de Relações Institucionais, criando o Cargo em Comissão de Coordenador da Assessoria de Relações Públicas e as funções gratificadas de Assessor de Gabinete de Direção, Assessor Técnico da Presidência e Assessor em Revisão de Texto, alterando a descrição sintética e analítica das atribuições do cargo de Coordenador de Relações Públicas. Ver. Carlos Comassetto e outros. (...) À Verª Sofia Cavedon. A presente Emenda encontra óbice intransponível à sua tramitação, eis que invade competência privativa da Mesa para a criação, transformação e extinção de cargos e funções, nos termos do art. 15, inc. I, alínea a do Regimento. Neste sentido determino o arquivamento da presente proposição nos termos do art. 19, inciso II, alínea j do Regimento; 18 de dezembro de 2008, quem assina é o Vereador-Presidente desta Casa, Sebastião Melo.

Essas são as proposições e Emendas apresentadas a esta Mesa, meu caro Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado, Ver. Ervino Besson.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Ver. Sebastião Melo, Vereadoras e Vereadores, neste momento em que esta Casa está na iminência de votar dois Projetos fundamentais para a vida, para o presente e o futuro da Cidade, que são os Projetos do Grêmio e do Inter - sobretudo do Internacional, que diz respeito à orla -, eu acho importante fazer uma homenagem a um grande ambientalista deste País que foi Chico Mendes. Agora, daqui a quatro dias, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ver. Comassetto, falará à Nação referindo-se aos 20 anos, no dia 22 de dezembro, do assassinato de Chico Mendes, sobretudo o Presidente Lula falará para as gerações presentes sobre o significado da causa de Chico Mendes e da entrega de toda uma vida na defesa dos índios, dos ribeirinhos, dos seringueiros, dos posseiros, dos trabalhadores e dos pescadores da Amazônia. Também em defesa de determinadas pessoas, como a atual Senadora Marina Silva, que na época já sobreviviam da floresta, da extração da borracha, que trabalhavam e preservavam a terra, as matas, os bichos da Amazônia.

Chico Mendes tinha um sonho: sonhava em acabar com a devastação da floresta por aqueles que já haviam iniciado a destruição de vários biomas do Brasil, como é o caso da Mata Atlântica, do pampa, do serrado, e que, depois de destruir aqui, foram fazer esse serviço sujo no Amazonas, derrubando, destruindo e queimando tudo o que viam pela frente sem nenhuma distinção.

Chico Mendes foi morto com um tiro de espingarda em frente a sua Casa, uma casinha muito simples e ele já tinha sido prêmio da ONU por uma floresta de paz. Chico Mendes, seringueiro, sindicalista, ambientalista, Vereador do MDB de Xapuri, fundador do PT e da CUT, humanista e ambientalista. Ele foi, naquela época, enquadrado na Lei de Segurança Nacional, pois tinha sido acusado de subversão, porque defendia a Amazônia. Duros tempos aqueles da ditadura, e aqui eu aconselho todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa, que têm responsabilidade política com a ética, com a defesa da coisa pública do presente e do futuro, que leiam o último livro daquele jornalista, o repórter da revista Veja de então, Luis Claudio Cunha, que conta a história da ditadura através do seqüestro de Lílian e Universindo Dias, e que dá nome às pessoas, pessoas que nós conhecemos, e mostra como se comportaram os órgãos de comunicação da época, quantas notícias não deram nos jornais aqui e que apareciam no Jornal do Brasil, apareciam no jornal Estado de São Paulo.

Mas, voltando a Chico Mendes, ele foi morto porque defendia a floresta. Infelizmente essas mortes não acabaram com ele, muitos ainda caíram. Eu queria também lembrar da Dorothy Stang, aquela americana assassinada; embora o Brasil tenha mudado, ainda essa injustiça permanece. Muitos rios, apesar de Chico Mendes, foram poluídos por mercúrio, como foi o caso do rio Madeira, um crime ambiental. Em muitas encostas foi construído, como é o caso de Santa Catarina, e nós vemos qual o resultado disso na natureza.

Eu queria fazer uma referência também à cidade de Recife, companheiro Guilherme Barbosa, quando, numa ponta do mar, na Praia de Boa Viagem, um local privilegiadíssimo, onde pretendiam construir um espigão, a Prefeitura comprou a área, bancou-a e está construindo um parque para todas as pessoas da cidade de Recife.

Então, Chico Mendes deve ser sempre relembrado, ele conseguiu colocar, junto com outros companheiros, as questões ambientais na Constituição Cidadã, presidida pelo Dr. Ulisses. E eu, neste momento, quero fazer essa referência em nome da Bancada do meu Partido; quero agradecer ao Líder Carlos Comassetto para que possamos saudar Chico Mendes com a esperança de que o Brasil tenha aprendido um pouco da sua lição. Ele entregou a sua vida em favor da causa do meio ambiente, e agora nós vamos votar um Projeto que destrói, acaba com a Orla do Guaíba, que é o Projeto do Sport Club Internacional. Nós temos que querer, Verª Sofia, de uma maneira humilde, aprender com figuras como Chico Mendes. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero cumprimentar, em nome da Casa, a aniversariante do dia, a nossa querida Verª Maristela Maffei, a qual convido para receber o nosso cartão, em nome de todos os Vereadores.

 

(Procede-se à entrega do cartão.) (Palmas.)

 

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna falar do Projeto do Internacional e do Grêmio. Eu não tenho visto as ONGs protestando alguma coisa, não tenho visto. Por quê? Que diferença é esta, meu líder, Ver. Dr. Goulart? Eu quero perguntar para o Ver. Professor Garcia que diferença há entre o Projeto do Internacional e o Pontal do Estaleiro. Que diferença tem, Vereador?

Ver. Adeli Sell, o senhor estava muito bem no debate ontem. Meus parabéns, porque, se todo o mundo tivesse a grandeza que o senhor tem, seria fantástico.

Ver. Professor Garcia, o Internacional vai construir um hotel, e, se hotel não é moradia, qual é o caso daquelas que vêm e ficam uma semana, um mês? Tem gente que fica um mês no hotel. Isso não é moradia? Que diferença tem, Ver. Professor Garcia? O senhor é favorável ao Projeto do Internacional e é contra o outro! Por que, Vereador? Por quê? Que diferença tem? Não tem diferença nenhuma! Então, esse hotel é um hotel-fantasma, que não vai ter atividade nenhuma, não vai ter nada, porque - o Ver. Garcia diz - não vai ter moradia. Qual é o hotel que não tem moradia? É fácil se esconder falando assim, Vereador. Quero dizer para o senhor, aqui, Vereador, que eu não sou contra o projeto do Internacional; sou favorável. Eu, que era para ser contra o projeto do Inter, não sou; sou favorável ao projeto do Internacional, e quero votar junto com esse Projeto.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. João Bosco Vaz, quando o senhor foi para o Rio de Janeiro, onde o senhor ficou? O senhor ficou na rua? O senhor ficou na elevada?

Ver. Haroldo de Souza, eu acho que o problema é a diferença. Por que a diferença? Ontem eu estava assistindo a um debate quando ouvi o Ver. Garcia falando aquelas coisas que não têm nada a ver. O senhor acredita que a população vai acreditar no senhor, Vereador? O senhor acredita, Vereador? O senhor não pode, Vereador, ter duas palavras: de um lado, tem um projeto; por que o senhor é contra o outro? Aí a gente vê as coisas que acontecem na Cidade, porque não querem o crescimento de um setor, mas a proposta do outro lado o Professor Garcia defende.

Eu quero também falar no meu Grêmio, que também tem um projeto que é maravilhoso para Porto Alegre, para o mundo, para o Brasil! Só que nós temos que aprovar rapidamente e buscar a liberação rápida, para os clubes buscarem alternativa; não fazer essa demagogia que o Ver. Professor Garcia fez ontem. E ele acha que está certo! Só o senhor é o dono da verdade, sabe tudo. Eu tenho certeza de que o senhor não foi perguntar nada para a população de Porto Alegre. A maioria das pessoas sabem o que querem. A gente encontra as pessoas, elas querem o Projeto Pontal do Estaleiro também.

Ver. Garcia, o senhor pode começar a raciocinar, porque o Veto está aí. Eu quero votar para derrubar o Veto, porque tenho convicção de que votei certo. E voltarei a votar certo! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, todos os momentos que temos vivenciado nesta Casa - e esta Casa, pela sua história, sempre se pronunciou pela diferença, pela liberdade de expressão, pelos preços que a gente paga pela ação e pela reação, pelas atitudes e por tudo aquilo que nos envolve.

Quero dizer às senhoras e aos senhores que ontem, com tudo o que se passou nesta Casa, ouvi o Ver. João Bosco Vaz dizendo: “Vereadora, faltam dez dias”, e alguém, quando ele falou isso, sorriu com um determinado sentimento.

Estou lendo o livro - que até indico, muito bom -, “Conversas Difíceis”, que a minha filha me deu de presente, e fiquei analisando os momentos em que a gente expressa os sentimentos daquilo que a gente tem vontade de dizer. É verdade. Hoje faltam nove dias para eu sair desta Casa. Sabe o que mais me dá felicidade no dia do meu aniversário, Ver. Sebenelo? É que vou sair como eu entrei, de cabeça erguida e sempre expressando aquilo que senti. É bem verdade que tudo o que a gente diz, o que a gente expressa, tem suas reações, mas eu nunca misturei, nunca deixei de gostar de ninguém quando divergi ou quando divergiram de mim. Nunca virei meu rosto para aqueles que não gostam de mim, mas nunca deixei de dizer o que penso. Depois de tudo aquilo que a gente expressa e de tudo aquilo que aconteceu aqui, em especial na questão do Estaleiro Só, na questão do Inter, na questão do Grêmio, as pessoas, muitas vezes, para não perderem o seu discurso, deixam muita coisa no caminho, e uma das coisas é a principal, que é não poderem ser o que realmente são, não poderem expressar, em nome da unanimidade, não poderem tangenciar tudo aquilo que aprendemos na Pedagogia do Oprimido, daqueles que sempre dizemos que temos que trazer, incluir, daqueles em quem acreditamos, no conjunto, temos que dar vazão, porque eu não tenho razão no todo, esse é o discurso, mas na prática, minhas senhoras e meus senhores, sabemos que a vida é muito diferente.

Então, ao sair desta Casa, Verª Neuza Canabarro, não fica nenhum rancor daquilo que aprendi na trajetória da minha vida, que é: eu estou e sou aquilo que é a minha profissão, lá onde eu estava antes, eu tenho que voltar a fazer. Por que estou? Estou a serviço daqueles que me elegeram. Porto Alegre não me reelegeu, mas também não me repudiou, estou na 1ª suplência.

E o orgulho, Ver. Garcia, que tenho, ao sair, ao deixar esta Casa, é de ver que mesmo aqueles que não votarem como eu vou votar, como o meu Partido discutiu... E por isso eu vou votar a favor do Projeto do Internacional e do Grêmio, pela abstenção que tivemos, e aqui nós falamos sobre a questão do Pontal, sobre o Veto que nós vamos ajudar a manter, do Prefeito Municipal de Porto Alegre em relação a esse Projeto. Votar favoravelmente ao Internacional e ao Grêmio é muito mais do que ser uma torcedora, é muito mais do que fazer um discurso e é muito mais do que ficar com qualquer sentimento com aquelas pessoas que não pensam como eu.

Eu saio feliz, mas fico lamentando as pessoas que não podem, muitas vezes, expressar e dizer o que pensam, por uma condenação eterna, que é o engessamento, que é não poder expressar, ter de negar as suas origens, ter de negar a sua democracia, mas se tornar, senhoras e senhores... Tomara Deus que venha a Reforma Política, para que aquilo que nós lamentamos e que hoje está muito moderno no comércio, que são franquias com marcas que têm que ser sustentadas, e que há muito, felizmente, já foram destruídas.

Então, hoje, Ver. Garcia, fica a alegria e ficam coisas de sentimento, de gostar de ficar, mas saber que a vida é assim, que nós temos que encarar a vida de frente, com altivez, sabendo da responsabilidade de todos os passos que nós damos, e todos os meus passos, fora alguns sentimentos, me deixam, com a idade que eu estou fazendo aqui, eternamente feliz, realizada e com um princípio de socialismo. Este socialismo que eu planto do lado esquerdo do meu peito, com a liberdade de poder expressar e dizer que saio daqui a nove dias, sim, Ver. João Bosco Vaz, deixando, talvez não muito para cidade de Porto Alegre, mas levando muito no meu coração e levo o respeito e a admiração que eu tenho por todos. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em primeiro lugar, eu queria, em nome da minha Bancada, deixar claro que não é verdadeiro o que saiu nos jornais de que nós nos abstivemos na definição da votação da data do Veto, e, em nome da nossa Bancada, o nosso Líder disse que nós não tínhamos opinião. Na verdade nós não achávamos que enfrentaríamos o Veto neste ano, e a Bancada não tinha formado opinião. Nós, neste momento, temos posição, nós achamos que é, sim, pertinente votar o Veto junto aos Projetos do Inter e do Grêmio. E os temas são muito semelhantes, os cuidados, os princípios e critérios são muito semelhantes, especialmente no que diz respeito à área do Inter. Nesse sentido nós vamos trabalhar com muita coerência e com muito cuidado. E eu queria fazer essa fala chamando a atenção dos Vereadores, Ver. Sebastião Melo, pois, se nós chegarmos no dia 29 com esse nível de discussão que nós estamos, vai ser muito ruim para Câmara e para Cidade. Eu quero chamar a atenção, porque ontem nós fizemos uma discussão nas Comissões Conjuntas, mas muito insuficiente.

E quero chamar a atenção - o Ver. Braz já tem conversado com a nossa Bancada -, aqui está o mapa (Mostra mapa.) para pegar o Internacional, mas temos o Grêmio, temos o problema aqui da Av. Azenha. No mapa do Inter, no Projeto do Inter, nós temos uma área muito semelhante à área do Estaleiro Só, que é da Av. Edvaldo Pereira Paiva para a beira do rio. E esta área está prevista no Projeto. Então é uma área com uma parte cedida ao Inter, outra parte são as áreas com permissão de uso concedido ao Inter, da parte da Edvaldo Pereira Paiva até a Padre Cacique, onde temos área pública, propriedade da Prefeitura Municipal de Porto Alegre incorporada ao Projeto. Então, sobre essa parte da Edvaldo Pereira Paiva para a beira do rio, temos de ter muita clareza sobre aquilo que vamos decidir nesta Casa. E acho que está faltando uma discussão mais tranqüila. Nós não vamos conseguir fazer essa discussão com as galerias lotadas e com torcidas aqui. Sr. Presidente, acho que temos de ter um momento para nos debruçarmos sobre cada um dos Projetos aqui.

Outra coisa é a área onde está o atual Estádio do Inter e o seu entorno, que, talvez, a gente tenha de tratar diferente. Ninguém quer impedir algo ou dar diretrizes para os clubes se movimentarem. Não é isso. Mas tratar em bloco, como estamos fazendo, será nefasto. E se tratarmos pelo tema, e pelo ímpeto do Veto - derruba ou não o veto -, será mais dramático ainda. Serão os que querem proteger a orla contra os que não querem proteger a orla. E falo, aqui, no lugar de alguém que tem menos preocupação com esse conflito, porque temos uma posição clara. Agora, vai ser um desastre se tratarmos desta forma: o azul ou o vermelho; o vermelho ou o azul, no sentido de quem é contra e de quem é a favor. Um desastre! Eu acho que nós precisamos nos debruçar sobre o assunto. Essa área, para além da Edvaldo Pereira Paiva, para a beira do rio, não pode ter construções, nós temos de trabalhar com a possibilidade de devolução para o parque público. O próprio Projeto do Estaleiro, que o Prefeito mandou para cá - e quero louvar esse fato, Ver. Nedel -, fala da obrigação de fazer um parque público na beira do rio com beneficiamento do empreendedor. Ou seja, a Cidade está a indicar, indicou outro caminho, e acho que nós temos a responsabilidade de esquecer as paixões, olhar para os projetos, e trabalhar cada um deles. O debate que fizemos até ontem não está ajudando nisso. Trabalhar com o Veto do Estaleiro, no meio da guerra que se instalará aqui, vai piorar a situação para a Cidade. Isso nos levará a indicar um sim ou um não irresponsável.

Eu gostaria de fazer um apelo, em nome da Bancada da oposição, para que tenhamos algumas reuniões para nos debruçarmos sobre cada uma dessas áreas, vermos o que é razoável, o que é necessário para garantir que os dois times melhorem seus espaços, a fim de competirem para trazer a Copa para cá. Mas, assim, preservando o que nós temos de mais caro, e preservando esta Casa. Eu espero que a gente não construa outro momento kamikaze que só traga problemas para todos, Governo, sociedade e Câmara de Vereadores.

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Verª Sofia, ontem, na reunião de Mesa e Lideranças, nós acatamos a sugestão do Ver. Carlos Comassetto, e vamos, hoje, durante o dia, acertar reuniões pontuais com os dois Clubes, com a SPM, sobre esse tema, possivelmente até no sábado agora. Então, o que V. Exª reforçou vem ao encontro daquilo que as Lideranças pensam; foi ótima a sua manifestação.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, e Sras Vereadoras, nós estamos discutindo o Veto do Prefeito. Quando votamos o Projeto, eu dizia aqui nesta tribuna, com muita convicção, que a posição do Prefeito era por não aprovar, tanto é que não havia encaminhado o Projeto, depois de quase dois anos no Executivo, tramitando no Executivo. Então, correspondeu ao que nós esperávamos. E quando eu falava com aquelas pessoas que iriam votar, para aprovar o Projeto, em relação a serem da base, diziam: “Ah, o Prefeito não disse nada!” Bem, agora o Prefeito se posicionou, inclusive colocando que falta discutir mais o Projeto, e que a população possa participar.

Eu vejo então que nós devemos acompanhar, manter o Veto do Prefeito. Nós, que votamos contra, nos sentimos, hoje, vencedores. Eu diria aqui, que, do meu Partido, o Ver. João Bosco Vaz, que, por sorte, quando retornou a esta Casa e foi interpelado por um empresário, ele me orientou, com a sua experiência, para que retirassem o meu nome daquele Projeto que eu havia assinado para tramitar.

Eu solicitei, oficialmente, para retirarem o meu nome, o Ver. João Carlos Nedel várias vezes conversou, me ofereceu para fazer Emendas, e eu não aceitei. Então, hoje, eu me sinto vencedora, e sinto que há uma afinidade em relação ao que o Prefeito estava sinalizando. Então, nós vamos manter, e o Ver. João Bosco Vaz já disse que se o Prefeito, que manda na Cidade, não quer agora, ele vai acompanhar o Veto do Prefeito. Portanto, nós temos a possibilidade de manter o Veto do Prefeito. Isso eu acho que é muito bom, mas eu gostaria de deixar aqui algo que chegou ao Ver. João Antonio Dib, às minhas mãos. O senhor sabe que, quando nós falamos, muita gente assiste à TV Câmara; e uma senhora, assistindo à TV Câmara, ouviu-me dizer que, se o Estaleiro Só está naquelas condições de abandono, é porque a Prefeitura não notificou os empresários no sentido de que limpassem, cercassem e fizessem a calçada. Essa senhora, uma senhora humilde, mas que tem um terreninho, e esse terreninho estava sem cercamento, sem calçada, me trouxe um processo - o terreno é de gente pobre, Maristela Maffei -, e ela foi notificada a primeira vez para que fizesse o cercamento e a calçada. Foi lá, argumentou, pediu mais prazo e teve o deferimento - ela tem isso por escrito. Aí novamente foi acionada, ela foi lá e pediu mais prazo, pois ela estava na possibilidade de conseguir recursos. Pela segunda vez foi deferido o prazo. Agora ela foi surpreendida com uma multa de mais de oito mil reais, só que ela já fez o que foi solicitado. Já está feita a calçada, já está feito o cercamento. E ela diz: e de que serve o deferimento? Entenda-se que “deferir” quer dizer aceito. Não. Eles aceitaram, mas a multa persistiu; oito mil. Eu pergunto aqui: eu estou fazendo um Pedido de Informações, quantas vezes os empresários, os proprietários do Pontal do Estaleiro Só foram acionados para fazer o cercamento, fazer a calçada, e em quanto já está essa multa? Porque essa senhora - eu tenho a documentação, e vou encaminhar - foi multada em mais de oito mil reais. Isso aí é um absurdo, porque ela não tem condições de fazer o pagamento. Então, nós queremos saber - e eu espero que me acompanhem nisso, e os que ficarem aqui possam cobrar – em quanto está a multa desses empresários?

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Senhores Vereadores, antes de passar a palavra ao Ver. Haroldo de Souza, quero comunicar ao Plenário que, em reunião da Mesa com as Lideranças, ontem, ficou acertado que amanhã, às 9h, haverá Sessão Extraordinária. Portanto, solicito aos Srs. Vereadores que remanejem as suas agendas.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores, Vereadoras, amigos que aqui se encontram nas galerias e que nos acompanham pelo Canal 16, temos aqui um “pacote da Copa”, Verª Sofia Cavedon, é o “pacote da Copa”, está tudo embrulhado numa boa. Espero que a senhora entenda. Tudo ficou para o dia 29, mas não é como uma parte da imprensa está falando por aí, que é um “jeitinho nosso”, aqui. Aliás, sou jornalista, estou enfrentado enormes dificuldades depois que comecei a exercer as duas funções; é muito complicado, é muita maldade.

Então, quanto a esse “pacote” do dia 29, quando será votado o Projeto do Pontal do Estaleiro aqui, não posso ser incoerente; a minha coerência será eterna. Aliás, eu fui o cidadão que... levamos o documento ao Prefeito, fui junto em solidariedade ao grupo... Eu já ia dizendo que, apesar de pedir, de participar do grupo a respeito do referendo, eu votaria sempre e vou votar eternamente a favor do Projeto Pontal do Estaleiro, principalmente agora que teria a Ver. Neuza Canabarro, em um determinado lugar, com o envolvimento do jornalista colorado Kenny Braga e um jornalista a respeito do qual fiz uma pesquisa e ninguém sabe quem é ele... Da cartolina, no chão, escrita pelos estudantes falando dos 25 mil para cada Vereador que votou “sim”, o voto passou a ter o valor, agora, de um milhão de reais! Que beleza! Um milhão de reais para cada Vereador! Mas que coisa bonita, que beleza! Vou sair do vermelho do cheque especial, mas não com este dinheiro, e sim com o que vão me dar os caras que estão acusando! Esses vão me dar um troco! Vai sair um troquinho, nem que eu fique sozinho nesta parada! Eu não vou mais chegar nesses bingos clandestinos que há por aí - e há -, para jogar bingo, porque eu vou jogar, e as pessoas olharem para mim, eu passo e as pessoas dizem assim: “Olha, esse é um daqueles, esse é o Haroldo?” “É, ele é da turma do Brasinha, lá, eles estavam comemorando, pegaram aquele dinheiro lá do Pontal do Estaleiro!” Eu com o dinheiro na... Calma, magro, eu já ia dizer o que é...! Vocês podem mais ou menos imaginar. Então, para mim, que sempre, durante 34 anos, sempre tive o carinho, o respeito da criança, da menina, da moça, do rapaz, da mulher, do velho, do avô e da avó, na minha outra profissão, que é narrar futebol, eu me sinto mal, sim, porque há um processo em que as pessoas... A Verª Neuza Canabarro... eu não entendi até agora por que ela entrou nesse barco. Não consegui. O Beto eu entendi. O Beto todo mundo conhece. O Beto não pode passar 15 dias sem entrar na mídia por um outro caminho. Essa é uma outra história, cada um tem a sua personalidade. Agora, a D. Neuza... Realmente eu não entendi até agora.

Mas eu quero deixar bem claro, Ver. João Bosco Vaz, a todas as pessoas - a quem vai escrever, a quem vai falar, a quem vai aparecer na televisão - que nós fizemos, sim, e eu assumo - eu sou um dos Líderes deste Colégio - que nós vamos votar no dia 29. Vocês podem pensar o que vocês quiserem, e podem escrever e falar o que vocês quiserem. Nós vamos votar, sim, esse pacote no dia 29, porque é conveniente, está tudo ligado a um assunto só: orla! E eu vou ser coerente: eu quero o Internacional com uma enorme torre, linda de morrer, lá em cima “Campeão do Mundo”. Chegar de avião e olhar aquela coisa linda ali no campo, além do estádio, um centro comercial, um hotel. Quero! Vou votar “sim”, eternamente, como “sim” para todos os projetos, eternamente, principalmente agora que um voto aqui vale um milhão de reais, D. Neuza Canabarro, jornalista Kenny Braga, e esse outro que eu não falo o nome, porque ninguém o conhece! Está na pesquisa, mas falar ele fala - esse jornalista que ninguém conhece. Falar ele fala! Besteira! Mas ninguém perde por esperar; “nada como um dia após o outro”, principalmente na política! Agora, se a Copa do Mundo - à qual eu sou contra, e já disse por que sou contra e vou continuar também contra sempre, embora eu vá participar, ajudar no que for possível -, se houver boicote à Copa do Mundo aqui no Brasil, já tenho três para pegar no pé, três para dizer que boicotaram a Copa, no aparecimento desses discursos nos Projetos que são feitos aqui; estão envolvendo Grêmio, Internacional e a Secretaria por causa do Fortunati. Se a Copa tiver boicote, a D. Neuza Canabarro, o Partido dos Trabalhadores e o Sr. Beto Moesch vão ter que responder à sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Havendo quórum na Ordem do Dia, conforme acordo de Mesa e Lideranças, de imediato eu solicito ao Sr. Presidente da Comissão de Justiça, Ver. João Carlos Nedel, que assuma a presidência dos trabalhos para que possamos apreciar, aqui, em Reunião Conjunta das Comissões, alguns Processos.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h35min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 12h25min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão. Agradeço ao Presidente da Comissão de Justiça, Ver. João Carlos Nedel, pela brilhante condução dos trabalhos. Agradeço aos funcionários da Comissão de Justiça também, que conosco aqui estiveram assessorando. E tendo cumprido a nossa pauta de Sessão Extraordinária, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Retornaremos às 14 horas em Sessão Ordinária, no dia de hoje.

 

(Encerra-se a Sessão às 12h26min.)

 

* * * * *